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Doidos por Barbies

Aos 56 anos, a Barbie não é só para meninas. Portugueses de barba rija continuam apaixonados.

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Barbie sempre foi o brinquedo preferido de Pedro Fonseca, de 30 anos. Quando viaja no tempo e regressa à infância, a primeira memória que lhe vem à cabeça é a de ir ao supermercado e ficar longos minutos a olhar para as bonecas expostas para venda. Recebeu a primeira aos seis anos. Foi o pai que lha ofereceu. "Tinha um fato de banho e era negra, mas já não a tenho. Era daquelas crianças que usava e abusava dos brinquedos", recorda à ‘Domingo’.

 

Na adolescência deixou de ligar às Barbies até ao dia em que, enquanto distribuía cartas no emprego que tinha nos CTT, na rua, tropeçou literalmente numa. "Voltou a nascer o desejo. Passei a ir à internet, a interessar-me mais e a colecionar", explica. Hoje, 24 anos após ter recebido a primeira Barbie (a boneca da Mattel que existe há 56 anos), tem 126 em casa e já investiu três mil euros na coleção.

 

Apesar de ainda viver com os pais, Pedro tem o corredor da casa decorado com duas vitrinas repletas de Barbies. Aqui encontra-se um pouco de tudo: princesas, samurais, cantoras, modelos e os dois Ken, aos quais o colecionador de Loures não liga muito: "São um pouco feios."

 

As restantes bonecas raramente saem das caixas – limpas de pó –, expostas num quarto que Pedro dedica a esta paixão. Nas paredes tem quadros com esboços de várias das suas Barbies, as mais exclusivas. "A mais cara da minha coleção ultrapassou os 400 euros", revela.

 

Pedro tem por hábito comprar pelo menos uma Barbie por mês, mas o desemprego obrigou o antigo carteiro a parar de investir na coleção. Ainda assim, não saiu do mundo que tanto o apaixona. Fala diariamente com outros colecionadores portugueses através das redes sociais. "No grupo que temos no Facebook [Portuguese Doll Collector Club] vamos falando, trocando ideias e mostrando as últimas compras."

 

O estereótipo que associa a Barbie a crianças do sexo feminino não incomoda Pedro Fonseca. "Nunca fui descriminado. A minha mãe gosta tanto delas como eu. Os meus avós gostam, olham, mas não lhes diz muito e os meus amigos apoiam-me."

 

Um vestido único
Ver as primas brincarem com Barbies era um dos passatempos de infância preferidos de João Peres, hoje com 33 anos. No entanto, em criança não teve bonecas. Decidiu comprar a primeira e começar a coleção há cinco anos, quando ingressou no curso de Design de Moda. "Era a altura certa para colecionar porque a Barbie tem tudo a ver com moda", explica João, que trabalha como vendedor numa loja da FNAC.

 

Apesar de ser recente, a coleção de João Peres já conta com 90 bonecas. Só no ano passado comprou mais de 20 e até evita pensar no dinheiro investido. "Foi bastante. Prefiro nem sequer fazer contas para não me assustar." A Barbie mais cara custou 120 euros e teve de poupar durante seis meses para ter dinheiro.

 

No ano passado, o colecionador da Amadora teve a oportunidade de conciliar as duas paixões da sua vida: Barbies e moda. Desenhou um vestido para uma das Barbies que esteve na convenção de bonecas realizada em Portugal. Deu bastante trabalho, mas garante que "valeu a pena".

 

"Vesti uma Barbie Inês de Castro [nobre galega que foi a grande paixão de D. Pedro I de Portugal e acabou executada por ordem do seu pai, o rei D. Afonso IV]. Demorei cerca de um mês, não é muito fácil costurar uma coisa tão pequenina", revela.

 

Casal partilha Barbies
Para Eduardo Dias, de 38 anos, a Barbie era uma boneca como qualquer outra, muito menos aliciante do que os carrinhos, berlindes e bolas de futebol que o entretinham em criança. Há 11 anos, tudo mudou. Uma amiga ofereceu-lhe a Barbie lançada exclusivamente para comemorar os 45 anos da famosa boneca. O contabilista do Cacém deixou-se apaixonar. Começou a colecionar e nunca mais parou. Já nem sabe quantas tem. Avança com "cerca de 150", mas uma coisa é certa: não lhe cabem no apartamento.

 

"Essa primeira boneca é a minha preferida. É de porcelana, tem um vestido preto e cor-de-rosa, mas está em casa dos meus sogros. Não tenho espaço para as ter todas aqui", explica.

 

Eduardo conseguiu convencer os sogros, com a ajuda da mulher, a darem-lhe espaço para guardar as Barbies. Teresa Martins, uma bancária de 36 anos, sempre adorou as bonecas, mas em pequena nunca chegou a ter uma. "Os meus pais não tinham dinheiro para comprar Barbies para mim e para as minhas irmãs", conta.

 

No entanto, vir a casar-se com um homem que gostasse de bonecas era uma hipótese que nunca tinha passado pela cabeça de Teresa. "Se me dissessem que ia casar-me com um homem que colecionava Barbies dizia-lhes que estavam malucos", afirma. Hoje até tem duas Barbies só suas dentro de um aquário na sala e o vestido de uma delas foi desenhado pela estilista que lhe fez o vestido de noiva.

 

Quando o marido decidiu começar a colecionar, Teresa Martins considerou "estranho por ele ser rapaz", mas acabou por "achar engraçado". Agora, Eduardo não compra nenhuma boneca sem pedir a opinião à mulher. "Às vezes até sou eu que o incentivo a comprar", sublinha a bancária.

 

O encanto que Eduardo tem pelas suas Barbies ainda não deixa Teresa com ciúmes. A mulher já vai ganhando espírito de colecionadora e até faz questão de acompanhar o marido nos encontros que organizam várias vezes por ano. "Sou a única mulher de homens que colecionam Barbies nos encontros."

 

Apesar de o gosto por Barbies ser mútuo, o casal não comete loucuras. Conhecem colecionadores que gastam todo o dinheiro em bonecas, mas eles não esquecem as responsabilidades. Eduardo já investiu sete mil euros nos 11 anos de coleção. Contudo, garante que todas as compras são ponderadas.

 

"Não costumo sequer mandar vir dos Estados Unidos porque os portes tornam-nas mais caras. Quando não há em Portugal vejo em Espanha", acrescenta o colecionador português. Como é tudo bem pensado, nunca chegaram a discutir por causa das Barbies que, além do amor, os vão unindo também.

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