Detenção acontece na sequência de caso que investiga suspeitas de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais.
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o filho, Tiago Vieira, foram esta quarta-feira detidos num caso que
investiga crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais.
Quando começaram as buscas, o juiz Carlos Alexandre já tinha emitido mandados de busca que visavam o atual presidente das águias Luís Filipe Vieira. José António dos Santos, também conhecido por 'Rei dos Frangos', e o empresário Bruno Macedo também foram detidos.
O CM sabe que em causa estão factos ocorridos desde 2014 e até ao presente. Os crimes a ser investigados são abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento. No processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades.
A investigação da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) conta com a colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP) e foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga.
No cumprimento dos mandados participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção.
Participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP.
Vieira nas instalações da PSPO presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, acompanhou as buscas das autoridades e cerca das 21h00 chegou às instalações da PSP de Moscavide, em Lisboa, onde ficará até ser presente ao juiz Carlos Alexandre, o que deverá acontecer no prazo máximo de 48 horas.
Recorde-se que durante a manhã desta quarta-feira, Luís Filipe Vieira e o 'Rei dos Frangos'
foram alvos de buscas, que terminaram com as duas detenções.
Os crimes a ser investigados
Pela primeira vez na história do Benfica, um presidente é detido em exercício de funções. Os crimes a ser investigados pelas autoridades são:
- Fraude fiscal;
- Abuso de confiança;
- Branqueamento de capitais;
Transferências investigadas
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, terá
lesado a SAD do clube em vários negócios de transferências de jogadores. O valor em causa ascende aos 2,5 milhões de euros.
Em causa estão
três transferências de jogadores: Cláudio Correa, Dérlis González e César Martins.
Luís Filipe Vieira utilizava o filho, Tiago Vieira, e o empresário Bruno Macedo para fazer lavagens de dinheiro em transferências.
O empresário Bruno Macedo está envolvido no esquema que contava com o apoio de várias empresas no estrangeiro. O CM sabe que houve dinheiro a ser desviado do Benfica. O clube da Luz é considerado vítima no processo.
SAD do Benfica reage à detenção
A Benfica SAD
confirmou esta quarta-feira a detenção do presidente do clube, Luís Filipe Vieira e buscas às instalações do clube.
A SAD refere ainda que tem de solicitar a aprovação de uma adenda à CMVM relativamente às obrigações representativas do empréstimo obrigacionista aprovado a 1 de julho.
Direção sobre detenção de Vieira
A direção do Benfica
emitiu esta quarta-feira à noite um comunicado onde abordou a detenção do presidente do clubes, Luís Filipe Vieira.
O Benfica refere que não é objeto de investigação e todos os "membros da direção estão firmemente determinados a defender sem qualquer reserva, de forma coesa e como lhes compete, os interesses do clube".
"A Direção garante aos sócios e simpatizantes que a ambição, competitividade e gestão do Clube se encontram asseguradas, no respeito e em observância das normas regulamentares estabelecidas nos estatutos", pode ler-se.
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Ao contrário do que tinha sido avançado inicialmente pelo CM, o empresário António Sá não foi detido ou constituído como arguido no âmbito de qualquer diligência de investigação ou judicial que tivesse tido lugar esta quarta-feira.