Sobre a frase em que diz que factos são claros e cristalinos, "a forma como o diz não é clara nem cristalina", diz o analista comportamental.
Em entrevista à
CMTV, Rui Mergulhão Mendes, Analista Comportamental e especialista em Avaliação de Credibilidade da Informação, afirma que João Galamba mostrou alguns sinais de ansiedade, nomeadamente quando mexia nos cantos da boca,
durante a conferência de imprensa deste sábado onde esclareceu a polémica sobre a omissão de notas da reunião entre a CEO da TAP e o PS.
"A pressão das sobranselhas, repetição de palavras e perdas de contacto ocular são indícios de pressão cognitiva grande", explica o especialista sobre a parte do discurso onde Galamba esclarece porque foi chamada a PSP ao seu gabinete. "Revela preocupação, desconforto, incerteza", acrescenta.
Rui Mendes explica que o ministro projeta o corpo para a frente para dar maior confiança sobre aquilo que está a comunicar.
Segundo o especialista, normalmente quando temos momentos mais pressionados, tendemos a ter um momento para repor os níveis e estamos mais à vontade. Isso reflete-se quando João Galamba fala sobre o processo de ação do seu gabinete perante a agressão de Frederico Pinheiro e o roubo do computador pelo ex-adjunto. "Quando fala da chefe do gabinete nota-se que ganha outra dinâmica", diz.
Quando João Galamba fala sobre o roubo do computador do Estado, "o estado emocional fica-lhe expresso na face", diz Rui Mergulhão Mendes e acrescenta que, apesar de tudo, Galamba tem bons momentos da comunicação.
Sobre a frase em que diz que factos são claros e cristalinos, "a forma como o diz não é clara nem cristalina. Porque provavelmente para ele o facto de estar a dar aquela informação pode não estar consonante com o que ele pensa dos factos", diz o especialista.